
É iminente que a humanidade caminhe para um novo conflito global. Alguns já dizem que a terceira guerra mundial já começou há muito tempo. Isso implica que as convenções pelas quais o mundo tem funcionado desde o final da Segunda Guerra Mundial até agora estão fadadas a mudar. A democracia e o direito internacional como os conhecemos não serão os mesmos ao final desse conflito.
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A ação do presidente do Equador, Daniel Noboa, contra a embaixada mexicana não é estranha à região:
- Em 1976, a ditadura uruguaia violou a soberania da embaixada venezuelana em Montevidéu para sequestrar a ativista de extrema esquerda Elena Quinteros, que buscava asilo político.
- Em 1980, o grupo terrorista M-19, do qual fazia parte o atual presidente da Colômbia, Gustavo Petro, sequestrou 15 diplomatas em Bogotá que estavam comemorando o Dia da Independência da República Dominicana na embaixada. Na ação, o então embaixador da Venezuela e o vice-cônsul do Paraguai ficaram feridos. Embora não tenha sido uma ação cometida por um Estado contra uma sede diplomática, o grupo responsável hoje tem um de seus membros na Presidência do país alegando violação do direito internacional pelo que aconteceu no Equador.
- Em 1980, a ditadura guatemalteca invadiu violentamente a embaixada da Espanha. Como resultado, 37 pessoas perderam suas vidas.
- Em 1981, a soberania da embaixada equatoriana foi violada em Havana: um grupo de elite de Tropas Especiais da ditadura de Castro entrou violentamente nas instalações e prendeu 14 cubanos que estavam desesperadamente buscando asilo político. Fidel Castro deu a ordem e o presidente do Equador, Jaime Roldós, condenou o ato, desmentindo o ditador que havia dito que o governo equatoriano o havia autorizado.
No entanto, o alarme sobre a ação na embaixada mexicana no Equador parece ser mais preocupante do que as situações que têm sido protagonizadas pelas tiranias da região:
- Na Nicarágua, a tirania de Ortega aboliu a democracia, prendeu todos os oponentes e perseguiu líderes religiosos.
- Em Cuba, mais de 60 anos de tirania e mais de 1.000 presos políticos não impediram que norte-americanos e europeus fizessem negócios importantes na ilha.
- Na Venezuela, a tirania chavista está no poder há 25 anos. Já foi demonstrado como eles usam passaportes e malas diplomáticas para corrupção e apoio ao terrorismo islâmico. Agora, eles acabaram de propor uma lei para proibir a existência de qualquer tipo de oposição no país.
- Na Argentina, os governos kirchneristas usaram o Estado para fortalecer o extremismo islâmico na região, o tráfico de drogas e a corrupção.
- No Brasil, o terceiro governo Lula, juntamente com o judiciário, persegue a oposição e censura as redes sociais com violência.
Os membros do Conselho de Segurança da ONU, com poder de veto, fizeram o que realmente queriam diante do mundo e de suas leis internacionais. Se o poder é exercido impunemente pelos impérios, por que os países menores não o fariam?