Com o governo Lula, o autoritarismo vem dando passos largos para se consolidar como o novo sistema que substituirá a política. A revolução de Lula tem como objetivo proteger os privilégios de uma classe política que basicamente não acredita em duas coisas: que a soberania reside nos cidadãos e que é por meio do sufrágio que são eleitas as autoridades que conduzem o destino da nação.
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Nesse contexto hostil do governo contra a população, o domingo, 25 de fevereiro, tornou-se um protesto cidadão e patriótico contra o autoritarismo. Os cidadãos, sob a liderança da oposição, principalmente o ex-presidente Jair Bolsonaro, se reuniram para rejeitar o seguinte:
- A perseguição aos representantes da oposição, eleitos por sufrágio. A violação de seus direitos constitucionais que garantem o exercício da representação política concedida pelo povo.
- A censura a todos aqueles que criticam autoridades dos poderes públicos, em particular todas as retaliações que foram realizadas contra críticas a membros do judiciário.
- A prisão injusta de presos políticos, desde líderes de partidos políticos e representantes eleitos até os civis inocentes condenados a 17 anos de prisão pelos atos de 8 de janeiro de 2023.
- A perseguição a jornalistas e à mídia por noticiarem o processo de consolidação do autoritarismo revolucionário de Lula.
- A desastrosa gestão econômica do governo e a política de esbanjamento ilimitado do dinheiro público.
- O uso do poder para reverter os resultados do processo conhecido como Lava Jato, perdoando os condenados por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
- A vergonhosa política externa de Lula, que coloca sua ideologia revolucionária acima de tudo, em detrimento da identidade nacional e da posição do Brasil no mundo.
Mais de 1 milhão de pessoas foram à Avenida Paulista, apesar de a esquerda ter tentado obstruir as estradas para entrar na cidade na noite anterior e ter parado os ônibus, uma prática bem conhecida na Venezuela quando realizada pelo chavismo.
Essa demonstração de força foi muito importante no contexto da radicalização no Brasil, porque aumenta o custo político para Lula de colocar o líder incontestável da oposição, Jair Bolsonaro, na prisão. Da mesma forma, essa atividade cidadã já dá uma ideia de como será a campanha nos próximos meses para as eleições municipais: mais uma vez a pauta ideológica ocupará o centro do palco contra a moderação que a liderança dos partidos que não têm tanto apoio popular, mas que controlam o aparato de poder no país, vem promovendo.
Isso se refletiu, por exemplo, na campanha para prefeito de São Paulo. O candidato apoiado pelo partido de Bolsonaro, o atual prefeito Ricardo Nunes, de centro, teve uma presença praticamente irrelevante na multidão. Por outro lado, a presença do Padre Kelmon, de direita, contrastava com a popularidade expressa pelos manifestantes no local, desde o momento em que ele chegou até a sua saída.
Depois dessa manifestação, aumenta o desafio da oposição contra o radicalismo autoritário de Lula da Silva. Se as perseguições continuarem, é bem possível que a esquerda perca mais apoio nas eleições locais diante do retorno bem-sucedido do discurso patriótico da oposição na agenda política.