O assassinato do candidato presidencial equatoriano, Fernando Villavicencio, foi a expressão mais extremista da esquerda revolucionária desde a tentativa de assassinato do brasileiro Jair Bolsonaro em 2018. Com essa ação terrorista, eles buscam intimidar as forças políticas democráticas da região que enfrentam abertamente o tráfico de drogas e a corrupção como as novas formas de instituição promovidas pelos membros do Foro de São Paulo. Mas por que eles fazem isso?
Os revolucionários precisam de poder absoluto e conseguem isso substituindo o sistema político democrático de uma pluralidade de partidos por um sistema de partido único. Para isso, eles realizam ações que judicializam, criminalizam e limitam a atuação dos partidos políticos opositores. Eles fazem isso gradualmente a partir de qualquer um dos três poderes, institucionalizando assim a hegemonia de um partido político sobre os demais.
- Leia também: ¿Por que María Corina Machado é agredida pelos aliados de Lula na Venezuela?
- Leia também: O método do Foro de São Paulo para eliminar adversários
A narrativa que justifica todas essas ações é baseada em vingança. Na Venezuela, lembramos como Delcy Rodríguez reconheceu que a revolução bolivariana foi uma vingança pessoal. No Brasil, Lula declarou em várias ocasiões que faria com que todos aqueles que o colocaram na cadeia pagassem. No Equador, Correa diz que sua vingança será vigorosa. E não podemos ignorar a narrativa de vingança que Evo Morales promoveu durante décadas com base no indigenismo. Esse discurso político é um tiro direto no coração do que é conhecido como Estado de Direito, pois esses atores não acreditam no conceito republicano de justiça, mas no conceito revolucionário de justiça, em outras palavras, é o tribunal da história que eles trazem consigo para aplicar a justiça revolucionária – esqueça aqui o que conhecemos como devido processo legal.
Ao mesmo tempo, temos que levar em conta o tráfico de drogas como a principal fonte de financiamento desses agentes revolucionários. Nesse sentido, eles fizeram um esforço impressionante para encobrir as atividades das FARC e do ELN, concedendo-lhes privilégios ostensivos na Colômbia e na Venezuela e, também, posicionaram a narrativa da legalização das drogas nos países que governa a esquerda. O mais ousado de todos foi Gustavo Petro, presidente da Colômbia, que disse que a violência acabaria na Colômbia se a cocaína fosse legalizada. Para isso, ele propõe legalizar as plantações, cobrar impostos, acabar com a fumigação aérea e mudar a percepção do consumo, ou seja, não atacá-lo, mas tratá-lo.
Não nos esqueçamos de que, ao mesmo tempo, eles estão sufocando a classe média com decisões ruins que enfraquecem a economia e tomam medidas para controlar os meios de produção na sociedade, substituindo, a médio e longo prazo, os atores econômicos mais fortes da sociedade que poderiam financiar agentes políticos que poderiam efetivamente se opor a eles.
Vamos pensar em como seria a situação perfeita para os revolucionários: sem oposição política, sem justiça para processá-los porque agora eles são a justiça e com fontes ilimitadas de financiamento. Eles não seriam mais chamados de narcotraficantes! Mas empresários ou empreendedores. Esse sonho revolucionário coincide perfeitamente com os inimigos do Ocidente, que querem a destruição das repúblicas e de seus sistemas políticos, o colapso financeiro, o declínio das populações ocidentais e o fim da universalidade do conceito de Direitos Humanos.
É por todas essas razões que a esquerda revolucionária promove a violência política e, ao mesmo tempo, classifica sua oposição como fascista.
O assassinato de Fernando Villavicencio é a materialização da violência política promovida pelos atores do Foro de São Paulo no Equador. As ameaças contra Maria Corina Machado na Venezuela, feitas pelo governador de Trujillo e Diosdado Cabello, são expressões de violência política que se materializam com os ataques físicos que ocorreram contra a candidata, não à toa seu comando de campanha emitiu um alerta internacional no mesmo dia do assassinato de Villavicencio.
No Brasil, o governo promove a violência política contra os opositores, chamando-os de bichos, processando-os e achando engraçado o crime de assassinato contra alguns dos líderes de direita na “cultura”. Na Colômbia, nos Estados Unidos, na Espanha e no Peru, também há expressões de violência política, destacando o fato de que todas elas vêm do mesmo setor ideológico e, consequentemente, as vítimas são de direita.
Essa tendência à criminalização da oposição não é muito diferente das técnicas de propaganda e construção de narrativas usadas pelo nazismo alemão e pelo fascismo italiano, em que um setor da sociedade foi desumanizado até o ponto de institucionalizar o extermínio em massa.
Diante desse cenário, vale a pena perguntar aos governos remanescentes e às forças políticas democráticas da região: até que ponto será permitido que os narcotraficantes avancem na política?