Para um sujeito com uma mente revolucionária, a revolução é o centro de seu mundo e de sua vida. É por isso que ele não tolera a ordem estabelecida e se torna um agente subversivo cujo propósito existencial é reverter tudo, a fim de forçar outras pessoas a assumir a revolução como ele fez. Forçar, subjugar e neutralizar são mecanismos válidos para ele conseguir seu objetivo, por isso a violência é o eixo transversal de toda a sua ação política no marco da ausência da dignidade do outro.
A revolução substitui Deus, reduz o homem e está acima da lei, e é com base nisso que a justiça revolucionária é sustentada. Essa justiça pressupõe a existência do tribunal da história, que sempre julgará a favor da revolução, nunca contra ela. Portanto, toda ação do presente será justificada com base nisso e estará acima da constituição e das leis, que sempre serão contrarrevolucionárias.
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Esse é o modelo que o PT vem construindo há décadas no Brasil. Mas como podemos verificar se esse modelo foi consolidado ou se o Estado de Direito ainda prevalece? Vamos dar uma olhada em alguns exemplos.
O ex-governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, foi processado 23 vezes e acumula penas de mais de 400 anos de prisão. Preso no caso Lava Jato, cumpriu 6 anos de prisão. É militante do MDB, partido que hoje faz parte da coalizão de governo. Foi libertado com a proibição de deixar o país e pode circular livremente no estado do Rio de Janeiro.
Um dos líderes históricos do PT, José Dirceu, foi condenado a 23 anos de prisão na operação Lava Jato. Hoje ele está livre e politicamente ativo no PT para as eleições municipais de 2024. O atual presidente da República foi condenado a mais de 20 anos de prisão. O STF anulou o processo e determinou sua soltura.
Recentemente, o Ministro da Justiça informou que um dos líderes de uma poderosa facção criminosa havia fugido. A fuga ocorreu em uma prisão federal de segurança máxima e o argumento é que algumas câmeras não estavam funcionando, assim como algumas lâmpadas que deveriam iluminar a prisão. As supostas ligações dessa facção criminosa com um partido político histórico foram denunciadas publicamente no país.
No entanto, há pessoas que foram condenadas a 17 anos de prisão pelos eventos de 8 de janeiro de 2023. Pessoas que não têm registro criminal e que não tiveram direito ao devido processo legal. Tanto é assim que uma pessoa morreu na prisão como prisioneiro político.
Há também uma ameaça latente do governo e de seus porta-vozes contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando constantemente que ele será preso. Vale ressaltar que, em seu ambiente político, há uma agenda de ativismo judicial contra líderes de seu partido, autoridades eleitas e familiares, o que resultaria na desarticulação e no enfraquecimento do núcleo decisório que lidera a direita brasileira.
Agora, pense comigo, você diria que no Brasil prevalece o estado de direito ou a justiça revolucionária?