Na última sexta-feira, 9 de junho, foram realizadas eleições para eleger as novas autoridades universitárias da Universidade Central da Venezuela, a mais antiga instituição de ensino superior do país, com 302 anos de existência. Esse processo de tradição republicana ocorre a cada quatro anos, mas não acontecia há 15 anos porque o chavismo queria sabotar a eleição. Apesar de tudo, as eleições finalmente ocorreram e o chavismo perdeu, mais uma vez, com o voto de toda a comunidade universitária formada por estudantes, professores, trabalhadores e funcionários administrativos. Vamos analisar esse evento.
Para eleger o novo reitor, os professores Victor Rago e Humberto Rojas foram para o segundo turno. Ambos são democratas. Já o candidato chavista foi derrotado para o segundo turno. Vale ressaltar que a fórmula relacionada às autoridades atuais também foi derrotada, o que deixa uma clara expressão de rejeição ao continuísmo na instituição.
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A comunidade universitária venezuelana é antichavista. O chavismo nunca conseguiu controlar a universidade pública, e é por isso que, desde 2007, negou-lhe o orçamento a que tem direito em mais de 95%. Mas apesar de tentar se infiltrar na universidade com corrupção e enfraquecê-la com violência e destruição, o chavismo não consegue o que quer. É por isso que a universidade pública é o último lugar onde o espírito republicano de nossa sociedade reside e é protegido por venezuelanos que se formam para serem homens e mulheres de bem a serviço da República.
A universidade prevalecerá e o chavismo morrerá com o tempo. No ambiente universitário venezuelano, não há culto à violência ou à corrupção: o diálogo e a honestidade são valorizados. A ignorância é combatida com conhecimento. O mérito supera o nepotismo. As atividades que trazem à tona o melhor de cada indivíduo são promovidas em contraste com aquelas que despertam os sentimentos mais sombrios.
Essa realidade venezuelana, na qual os comunistas oprimem a população e as instituições sociais para dominá-las, como as faculdades, contrasta com a realidade brasileira, na qual as faculdades públicas infelizmente são controladas pela esquerda. Tanto os movimentos estudantis quanto os vários grupos de professores. Mas o que a esquerda mais controla é o conteúdo acadêmico, que com os professores esquerdistas, que não são poucos, formam jovens militantes de uma forma de pensar que acumula ressentimentos contra a identidade nacional.
Graças ao fato de que professores e alunos na Venezuela são anticomunistas, a universidade não forma militantes, mas cidadãos com livre acesso ao conhecimento para o pleno desenvolvimento de seu ser. A rejeição do comunismo traz consigo um fortalecimento da identidade nacional, porque, embora haja professores de esquerda, a fome não permite que eles apoiem o regime chavista.
Outro aspecto a ser observado é a automação do processo eleitoral. Ao contrário do TSE venezuelano controlado pelos chavistas, as eleições universitárias são confiáveis porque os votos são contados pelos universitários de forma transparente. Os setores que se dizem de oposição defendem que as eleições primárias para eleger um novo líder da oposição devem, portanto, ser controladas pelo TSE venezuelano; no entanto, o problema não é a automação, mas o fato de o chavismo contar os votos.
A universidade pública venezuelana tem se mostrado um espaço de resistência republicana na cultura hispânica, onde se salvaguarda a tradição que faz de nossa sociedade um grupo civilizado em busca da verdade e da vida em liberdade. Na Venezuela, o comunismo nunca conseguirá controlar esses espaços, porque a luz sempre vence a sombra.