EspañolEnglishO atual representante do estado de Kentucky no senado, Rand Paul, anunciou essa terça-feira que está se candidatando à presidência dos Estados Unidos.
Durante o seu evento, jovens de diversas origens étnicas estavam presentes. Seu discurso incendiário prometeu o fim da vigilância em grande escala, uma política externa mais realista, e o fim de políticas que afetam as minorias desproporcionalmente.
Diferentemente do candidato Barack Obama que usou um discurso realista para alcançar um público mais abrangente, o senador Paul tem um registro dentro do senado que sustenta seu discurso atual. No senado, Barack Obama preferiu não votar quando o ato legislativo era controverso ou tinha grande apoio de ambos os partidos. Isso aconteceu em 130 ocasiões. Com o senador Rand Paul, isso aconteceu apenas 41 vezes.
Como um Republicano, Paul é visto por muitos órgãos da imprensa Brasileira como um ultraconservador.
Senador Rand Paul é segundo republicano na corrida à Casa Branca http://t.co/mti9aVrxEr
— g1 (@g1) April 7, 2015
De acordo com o Grupo Globo, Paul terá de enfrentar uma difícil batalha em busca dos votos dos jovens e das mulheres por conta do seu envolvimento com o movimento Tea Party. Mas a publicação está sendo honesta quanto à sua cobertura do candidato?
O apelo de Rand Paul
A realidade é que o apelo de Paul é justamente o seu distanciamento da facção ultraconservadora do partido Republicano.
Sua preocupação com a forma como o sistema criminal do país prejudica justamente as minorias e suas batalhas legais para fazer com que o governo repense a guerra às drogas coloca Paul a frente de seus colegas tanto dentro do partido Republicano como de seus colegas dentro do partido Democrata.
Quando o assunto é aborto, Paul diz ser pró-vida. Mas de acordo com sua entrevista mais recente, ele não acha que uma lei federal dura contra o aborto seja a solução. De acordo com o candidato, ele está aberto para o debate.
Seu posicionamento firme contra o envolvimento militar dos Estados Unidos no Oriente Médio também demonstra o seu apelo quase “liberal demais” para a grande maioria dos políticos Republicanos atualmente em Washington.
Jovens por todos os Estados Unidos celebram e arrecadam fundos para a campanha de Rand Paul durante “Liberty Karaokes” organizados em quase todos os estados. Sua campanha é a única a aceitar bitcoin. Minorias abrem suas portas para ouvir Paul falar sobre os problemas que o país enfrenta, e, finalmente, pacientes pobres da Guatemala fazem fila para serem operadas pelo oftalmologista Paul, então por qual motivo órgãos da imprensa tem tamanha dificuldade em identificar os pontos fortes e fracos de Paul?
A resposta é simples: no Brasil, o debate sobre esquerda versus direita é superficial.
A política nos Estados Unidos não funciona de forma simples. Candidatos são, antes de mais nada, indivíduos. Muitos são tidos como grandes dissidentes de seus partidos e a discussão sobre lealdade partidária raramente importa.
Diferentemente do Brasil, valores contam quando o assunto é a candidatura de determinado político. Infelizmente para Americanos, valores levados em conta com fervor durante as eleições raramente fazem alguma diferença para o presidente eleito.
Rand Paul no entanto, parece não querer fazer parte dessa estatística.