A narcoditadura criou toda uma narrativa em torno de Chávez para a eleição de 2024. Eles informaram a data no dia em que ele morreu de mentira e a eleição será no dia do aniversário do ditador. A eleição não é livre e eles insistem que não permitirão que a candidata que o povo venezuelano quer apoiar para acabar com o chavismo: Maria Corina Machado, se registre. Para o chavismo, a eleição representa tudo o que Chávez foi: um mentiroso, um trapaceiro, um criminoso e um farsante. Mas esse é o inimigo que nós, venezuelanos, enfrentamos e estamos cientes de sua natureza, e também estamos bem cientes de seus aliados que se dizem oponentes.
Os setores que afirmam se opor ao chavismo, mas que jogam com ele, já têm seus candidatos. Isso é formidável para o povo venezuelano, porque deixa claro quem faz parte do “negócio” que o monólogo de Franklin Virgüez no bem-sucedido filme venezuelano “Simón” expõe de forma tão eloquente. Identificar esses atores é parte da solução para o problema que enfrentamos e isso é algo que devemos valorizar, para que eles não enganem mais o povo e ocorra o que naturalmente deve acontecer em um processo cívico: não lhes damos poder, de forma alguma. Eles não merecem nossos votos, nunca.
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O chavismo, em um esforço para se perpetuar no poder, tem uma agenda agressiva de perseguição e tortura contra os venezuelanos, não apenas dentro, mas também fora do país. O chavismo assassinou o tenente Ojeda em solo estrangeiro e, com isso, também enviou uma mensagem de terror ao establishment militar venezuelano. Além de tudo isso, sua agressiva campanha de cerco contra Maria Corina busca desencorajar os venezuelanos e esmagar a esperança de que podemos finalmente ser um país livre, grande e poderoso.
Sendo esse o contexto, vale a pena pensar no que Maria Corina tem dito a todos os venezuelanos em todas as turnês que continua a fazer pela Venezuela.
Ela indica que essa luta é até o fim. Isso significa que essa luta é até que Maduro seja removido do poder, porque que tipo de fim é esse se não o alcançarmos? Por outro lado, Maria Corina insistiu que sua candidatura não é substituível, para confirmar que o poder que o povo lhe deu nas primárias permanece em suas mãos e que ela não o entregará a nenhum dos partidos tradicionais que estão à espreita com grande fome de poder.
Os venezuelanos acreditam no projeto liberal da Venezuela proposto por Maria Corina, que contrasta radicalmente com o sistema de máfias e comunismo que o chavismo estabeleceu. Hoje, o chavismo não tem nada a oferecer ao país ou a seus jovens. O chavismo precisa das pessoas mais idiotas para manter o que resta de sua popularidade real e, mesmo assim, não está conseguindo. O povo da Venezuela quer mudança, e somente o projeto da candidata representa isso. Esse é o projeto no qual aqueles que eram chavistas podem deixar de ser chavistas.
É por isso que, nos próximos dias, é necessário confiar em Maria Corina Machado e em seu comando de campanha. Ela assumiu a responsabilidade de liderar o que pedimos a ela nas primárias de outubro passado. Assumir uma responsabilidade desse porte não é pouca coisa. As consequências de decepcionar os venezuelanos nesse estágio não são um custo que alguém na idade dela gostaria de assumir. Nós, venezuelanos, faremos nossa parte para sermos úteis para a mudança de que o país precisa.