
Espanhol.— No dia 25 de maio de 2025, a Venezuela enfrentará eleições que estão longe de representar um exercício democrático. Trata-se, na verdade, de uma manobra grosseira do regime de Nicolás Maduro para se perpetuar no poder. Como já denunciou Maria Corina Machado, esse processo constitui uma “farsa eleitoral”, parte de um padrão sistemático de fraude e manipulação que o chavismo vem aperfeiçoando há anos. Esse regime, que opera como uma estrutura de crime organizado transnacional, demonstra mais uma vez seu desprezo pela vontade do povo e sua disposição de recorrer a qualquer artifício para manter o controle.
As evidências que sustentam essa denúncia são contundentes. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado pelo chavismo, removeu seu site oficial e vem enfraquecendo progressivamente os mecanismos de auditoria — os mesmos que permitiram comprovar a vitória da oposição, liderada por Edmundo González Urrutia, nas eleições presidenciais de 28 de julho de 2024. Naquele dia, as atas coletadas por milhares de voluntários e publicadas pela oposição mostraram que González obteve um apoio expressivo de 70 %, contra apenas 30 % para Maduro. No entanto, como já era esperado, o CNE declarou a “reeleição” de Maduro sem apresentar qualquer prova documental que sustentasse esse resultado. Essa fraude, denunciada por observadores internacionais como o Centro Carter e a ONU, deixou clara a ilegitimidade do regime. Maduro permanece hoje em Miraflores pela força, não pela vontade do povo venezuelano.
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No próximo 25 de maio, o chavismo busca repetir o mesmo roteiro. Maria Corina Machado advertiu que essas eleições não representam um ato cívico, mas sim um “processo criminoso” destinado a redistribuir territórios e cotas de poder entre as máfias que sustentam o regime. Nesse contexto, a chamada “falsa oposição” –setores que negociam com o chavismo às escondidas do povo– aproveitará a conjuntura para garantir espaços de poder. Longe de priorizar o bem-estar dos venezuelanos, muitos desses atores estão focados em obter benefícios pessoais, contribuindo para a manutenção de um sistema corrupto que levou o país à ruína. Sua participação nessa farsa serve apenas para legitimar a narrativa oficial, que tenta vender ao mundo uma imagem de pluralidade, enquanto reprime brutalmente qualquer dissidência genuína. Vale lembrar que vários prefeitos continuam presos políticos nas masmorras do regime, apenas por terem apoiado Maria Corina no passado.
Diante desse cenário, Maria Corina Machado convocou os venezuelanos a não participarem das eleições de 25 de maio, argumentando que “votar repetidamente sem que os resultados sejam respeitados não é defender o voto, mas sim distorcer a vontade popular”. Sua mensagem busca manter viva a luta iniciada em 28 de julho, tanto dentro quanto fora do país.
Não existem condições mínimas de transparência e equidade para esse processo. A auditoria cidadã foi criminalizada, e a repressão tem sido ainda mais cruel e sistemática desde as eleições de julho de 2024.
Esses fatos são provas irrefutáveis de que a saída do regime se dará apenas por meio de uma força real e tangível, capaz de superá-lo no terreno. As condições para essa saída existem, mas por que ainda não aconteceu?