
Espanhol.— De acordo com o mais recente estudo de opinião realizado pela empresa Meganálisis, 76,8 % dos venezuelanos afirmam sentir “vergonha e repulsa” em relação à Força Armada Nacional (FAN), em contraste com a opção “orgulho e admiração”. Essa percepção surge em uma sociedade que vive sob a opressão do chavismo há 27 anos e onde, segundo a ONG Foro Penal, atualmente existem 167 presos políticos militares.
Não é segredo que, sob a influência do Partido Comunista Cubano, a Direção Geral de Contrainteligência Militar (DGCIM) se transformou em um instrumento de perseguição contra oficiais e seus familiares, apenas por expressarem posições contrárias ao regime. Nesse contexto, e cientes da existência do chamado Cartel de los Soles, cabe perguntar: como a FAN pode recuperar sua imagem diante do povo venezuelano?
- Leia também: O impeachment aumentará a força da direita brasileira no Senado em 2026
- Leia também: Falsos opositores em outro circo eleitoral chavista: serviçais ao regime, desnecessários para a mudança
A rejeição evidenciada pela pesquisa reflete uma expectativa nacional profunda: que a FAN, em cumprimento aos artigos 333 e 350 da Constituição, atue para neutralizar o chavismo, uma organização que opera como uma rede criminosa transnacional e mantém o país sequestrado. O regime entregou a soberania venezuelana a interesses estrangeiros, em prejuízo da Nação. Por isso, os cidadãos esperam que sua instituição armada cumpra o papel para o qual foi criada: proteger e defender a Pátria.
Desde os acontecimentos de abril de 2002, o chavismo passou a buscar a corrupção da FAN, especialmente de sua alta cúpula, utilizando-se de mecanismos como o narcotráfico e negócios ilícitos. No entanto, essa operação — que pode ser considerada uma traição à pátria — não conseguiu corromper toda a instituição. Nos escalões médios e baixos, ainda prevalecem valores de patriotismo e compromisso com a Venezuela. As histórias de tortura, prisão, assassinato e exílio de inúmeros militares e seus familiares são prova disso.
O sentimento negativo que o povo hoje manifesta em relação à FAN não é apenas uma crítica: é também um clamor por socorro. E, como tal, pode se transformar radicalmente em admiração e orgulho, caso a Força Armada decida agir conforme seu dever constitucional.
O que queremos dizer quando falamos que a FAN deve cumprir seu dever? Significa desobedecer ao chavismo, assumir seu papel histórico e se colocar ao lado do povo para juntos — civis e militares —, iniciar uma nova etapa de reconstrução nacional. Isso implica neutralizar os líderes do regime, recuperar a soberania, enfrentar o narcotráfico e proteger as fronteiras.
Em um contexto de transição e restauração da República, a FAN poderia registrar um aumento considerável de novos integrantes, dispostos a servir a um novo governo que assuma com firmeza a recuperação do país. Quem atacaria a FAN em um momento como esse? O povo venezuelano não estaria ao seu lado em uma missão de libertação e restauração da ordem?
Por todas essas razões, acredito firmemente que a rejeição atual à instituição armada pode ser revertida. Embora hoje seja percebida como submissa ao chavismo, a verdade é que há centenas de militares comprometidos com a mudança dessa realidade. Eles sabem que têm uma missão histórica a cumprir: desempenhar um papel protagonista na reconstrução da Venezuela.
A família militar pode ter a certeza de que existe uma liderança civil disposta a acompanhá-los, compartilhando sua visão de país. Uma liderança que atua em defesa da Nação e no marco do início de uma nova era.