Español.- A oposição venezuelana liderada por Maria Corina Machado conquistou várias coisas importantes na luta pela Liberdade da Venezuela. Primeiro, conseguiu avançar com uma proposta popular de governo liberal-conservadora contra a proposta do chavismo, que é um socialismo mais radical. Em segundo lugar, conseguiu reunir o povo venezuelano em uma campanha baseada na fé e na família como eixo central de sua mensagem, o que fez com que muitas pessoas que antes apoiavam o chavismo agora se sentissem identificadas e incluídas em uma proposta diferente de paz e reconciliação. E, em terceiro lugar, por meio de um método técnico de levantamento de informações e organização popular para a defesa do voto, foi possível realizar a contagem pública dos votos e, posteriormente, a guarda das atas oficiais. Em resumo, um país que democraticamente e pacificamente fez tudo o que era necessário para alcançar uma mudança.
No entanto, a autoridade eleitoral controlada por Maduro não conseguiu, desta vez, realizar seu tradicional fraude diante deste importante nível de organização da oposição. Emitiram um resultado sem a totalização considerável dos votos nem das atas oficiais, além de uma proclamação expressa do ditador reeleito. Sem a publicação oficial dos resultados, o chavismo disse ao mundo que havia vencido, sem que sequer seus aliados mais importantes pudessem apoiar sua versão, como é o caso do Centro Carter. Este teve que deixar a Venezuela para emitir seu relatório final. Nele, concluíram que a eleição não foi democrática e que as normas estabelecidas na lei venezuelana foram significativamente violadas, além de outros abusos denunciados com mais detalhes.
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Antes da eleição, Maduro havia prometido um banho de sangue caso perdesse. Da mesma forma, Diosdado Cabello, que é o presidente do partido governista, o PSUV, reiterou que não sairiam do poder de jeito nenhum. Nos últimos dias, ele se dirigiu ao país com mensagens cheias de ameaças e vulgaridades, ordenando a perseguição sistemática do povo e sua agressão física direta.
Diante disso, a liderança política da oposição fez um apelo à calma e a manter ativa a mobilização, ao mesmo tempo em que enfatiza o reconhecimento internacional do novo presidente eleito, Edmundo González Urrutia. As atas oficiais demonstram que ele venceu as eleições de forma limpa.
O chavismo já assassinou 17 pessoas no momento em que este texto foi escrito, prendeu mais de 1000 pessoas e avança na construção de 2 gulags caribenhos para reeducar opositores. Estão sequestrando testemunhas eleitorais e criaram mecanismos de perseguição para sequestrar todas as pessoas que participaram das manifestações nos últimos dias. Além disso, estão revistando arbitrariamente os telefones das pessoas na rua para prendê-las se tiverem fotos ou vídeos das manifestações contra Maduro.
Gustavo Petro, Lula da Silva e Andrés Manuel López Obrador, os presidentes da Colômbia, Brasil e México, respectivamente, ofereceram tempo a Maduro para apresentar suas atas e estabelecer uma negociação que exclui Maria Corina Machado. Esse espaço promete criar um cenário favorável para que Maduro possa apresentar suas atas forjadas e ganhar mais tempo para normalizar a reeleição do tirano. Já Celso Amorim, assessor internacional de Lula, disse que a oposição só fala de fraude sem provas relevantes, o que demonstra a incondicionalidade desses agentes do Foro de São Paulo com seu protegido: Nicolás Maduro. Diante desse comportamento, é muito provável que aceitem e reconheçam Maduro com a ação inconstitucional e ilógica que o Supremo Tribunal de Justiça realizará para reconhecer seu aliado, tentando assim evitar a queda da ditadura a qualquer custo nos próximos dias.