Luiz Inácio Lula da Silva sempre disse na campanha presidencial que se vingaria de todos que o colocassem na cadeia. Lembremos que após um julgamento em que foi respeitado o devido processo legal, ele foi condenado em três instâncias. No entanto, ele insiste que é inocente e que tais acusações eram mentiras. Posteriormente, magistrados do STF o absolveram e o resto é história. Mas na última semana vazou um vídeo em que o presidente dava uma entrevista sobre sua permanência na cadeia e dizia “Vou tá bem quando f*der esse (Sergio) Moro (…) estou aqui para me vingar dessa gente”.
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Menos de 48 horas após essa declaração polêmica, soube-se que a PF desmantelou um plano orquestrado pelo grupo terrorista PCC para sequestrar e assassinar autoridades do Estado, incluindo o senador Sergio Moro e o funcionário do Ministério Público em São Paulo, Lincoln Gakiya. Em resposta a isso, o presidente disse que se tratava de uma “armação de Moro” para “se vitimizar”. As reações foram rápidas.
O senador Moro, indignado, repudiou as declarações de Lula exigindo respeito às famílias inocentes vítimas da ação do crime organizado, e o responsabilizou por tudo o que possa acontecer com ele ou sua família, por rir da ameaça e dizer que tudo foi armação, pois dessa forma incentiva a violência contra eles.
Senhor Presidente Lula, o senhor que dá risada da ameaça a um senador e a sua familia pelo crime organizado, eu lhe pergunto, o senhor não tem decência? pic.twitter.com/9yu7Q64swL
— Sergio Moro (@SF_Moro) March 23, 2023
A esposa do senador, a deputada federal Rosangela Moro, agradeceu as autoridades pelas ações realizadas contra o crime organizado
Parabenizo os policiais e agentes envolvidos na Operação Sequaz, que desmantelou um esquema do crime organizado para assassinar autoridades e seus familiares, entre eles o meu marido @SF_Moro e minha família. Agradeço também o presidente @ArthurLira_ e os policiais da Câmara
— Rosangela Moro (@rosangelamorosp) March 22, 2023
Mas, por sua vez, a presidente do PT e também deputada federal, Gleisi Hoffmann, reforçou a posição do presidente ao dizer que o governo deu aulas de civilidade diante de tudo o que aconteceu, catalogando ao senador como responsável do ódio contra Lula e condenando a sua fala de vítima para tirar vantagem política dos acontecimentos. A deputada justifica Lula dizendo que ele é carismático demais para falar essas coisas e que também falou em um contexto de injustiça.
A polêmica foi tão forte que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, reforçou a ideia de que o debate central tem que ser sobre como o crime organizado está tentando intimidar o Estado e como as autoridades estão combatendo essas tentativas de forma exemplar. Portanto, não considera que as acusações do presidente estejam ligadas aos fatos e considera inaceitável tirar vantagem política disso.
De qualquer forma, a vantagem política que a esquerda tira desses eventos é evidente. O desejo obsessivo de Lula por vingança contra o senador Sergio Moro se baseia em destruir de qualquer forma sua imagem pública e privada. Por isso não classificam esse episódio como discurso de ódio, mas sim o justificam e incentivam. Se o chefe do governo não parar com essa atitude, continuará colocando em risco a vida do senador e de sua família, o que também seria malvisto pela comunidade internacional.
O que espera o presidente Jair Bolsonaro que já anunciou seu retorno ao Brasil nas próximas semanas e que Lula e seus seguidores o classificam como um ditador fascista desumano?